Apesar do resultado ruim, torcedora do São Paulo chora por "voltar a viver as emoções que só a arquibancada proporciona" São Paul...
Apesar do resultado ruim, torcedora do São Paulo chora por "voltar a viver as emoções que só a arquibancada proporciona"
São Paulo e Santos foi o primeiro jogo do Morumbi sem a presença do público como medida de combate ao coronavírus no Estado de São Paulo, em março de 2020. Foram 575 dias sem torcida. Esse mesmo clássico, um ano e sete meses depois, marcou a volta do público ao estádio do Tricolor. A partida terminou 1 a 1, resultado que não agradou nenhum dos lados, mas a torcida são-paulina saiu com a felicidade de ter voltado para casa.
Pelo menos é isso que relata a supervisora de vendas Karoline Rodrigues, de 27 anos. Desde 2013, quando começou a frequentar assiduamente o estádio, ela nunca ficou um período tão longo sem ver o time in loco — nem mesmo quando o filho nasceu, pois quando ele tinha apenas dois meses já estava na arquibancada ajudando a empurrar o clube.
"Peguei-me chorando no finalzinho do jogo, ao cantar 'ôh Tricolor tu és meu viver, ôh Tricolor eu amo você', enquanto agradecia a Deus e a vida pela oportunidade de voltar a viver as emoções que só a arquibancada proporciona", conta.
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Mas para chegar até a arquibancada laranja do Morumbi, a saga de Karoline foi longa — e cara. Tudo começou ainda no sábado, quando ela conseguiu comprar o ingresso. O setor que ela escolheu, custava R$ 110, e ela pagou R$ 33 por ser integrante do programa de Sócio Torcedor. Ela ainda contou com a sorte, pois foi a única da minha família que não teve problemas com o site de venda do ingressos — a irmã e o cunhado passaram por um processo mais burocrático.
Com o ingresso na mão, precisaria ir para o próximo passo. Por causa dos protocolos contra a propagação do coronavírus, os torcedores precisam ir até o estádio ou algum dos pontos credenciados para fazer o check in da partida. Karoline foi na terça-feira (5), direto do trabalho, no Anhangabaú, no centro de São Paulo, e desde então o clássico já estava com ela.
Uma pulseira foi colocada em seu braço depois de ter apresentado o voucher da compra, o comprovante de vacinação completa e um documento de identificação. A credencial era obrigatória seguir no braço, sem romper o lacre, para entrar no Morumbi. Mas não foi apenas isso do clássico que esteve presente o tempo todo com ela nesses últimos dias. Os sonhos e perdas de sono também mostravam que a hora da volta ao estádio estava chegando.
Nesta quinta-feira (7), como Karoline já esperava, o público no estádio foi bem abaixo do que tinha disponível (5.529 pagantes, cerca de 15 a menos do que o clube colocou de ingresso), e o resultado não foi o que a torcida queria. O time da casa buscou um empate com Calleri, de pênalti, após ter saído atrás do placar logo no começo do jogo.
Para a torcedora, o motivo do público baixo é o alto valor do ingresso. "Espero que depois do fiasco que foi o público e a renda desse jogo, os ingressos já fiquem mais baixos para o próxima partida, e que com a abertura de 100% do estádio abaixem ainda mais os valores".
No Morumbi, a entrada e saída foram mais tranquilas, mas não havia tanto rigor nas medidas de contra o coronavírus. "Estava aparentemente tudo normal, só a entrada da arquibancada laranja (que o era meu ingresso) que foi alterada, fizeram um único corredor de acesso antes das entradas dos setores, que foi necessário apresentar a pulseira do check in. Depois tudo normal, revista policial e catracas, tudo sem fila e só faltava meia-hora para o início da partida".
Karoline acredita que, para os próximos jogos, os protocolos serão aperfeiçoados, e não serão mais tantos procedimentos entre a compra do ingresso até pisar dentro do estádio. Mas, independentemente de qualquer alteração de procedimento, o objetivo é "seguir indo em todos, ainda que precise de bastante esforço".
A saga de Karoline terminou após as duas horas de viagem do Morumbi para sua casa, no Jardim Varginha, região de Parelheiros, no extremo da zona sul paulistana.
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